quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Peregrino



Oh, que mundo de surpresas!
Que maravilha ver-me ainda inteira
Livre de tanta mentira!
Bendigo a mão que me mostrou
As armadilhas do caminho
E me ensinou a acertar o passo
E seguir
Os rumos do coração.

Quantos peregrinos!
Quantos me cercaram
Ao cruzar aquele vale sombrio!
Estranhas pessoas me rodeavam sedutoras
Com laços, redes e um profundo abismo
No íntimo de si próprias.

Passei por muitas provas
Esgotei o corpo e a alma
Adoptei lutas que não eram minhas,
Qual débil peregrino!
Fui tomada, usada, vencida e pereci.

Foi tão fácil a caída!
E tão difícil foi levantar-me!
Bendigo o cajado
E os livros que me inspiraram.
Por isso continuo inteira…
Minha vida está guardada
Na arca mais preciosa
Até ao triunfo desejado.

O cajado e os livros,
Manancial de inspiração,
Rodearam-me de silêncio
Para poder ouvir a voz do coração.

Acordei no Agora!
Abracei quem ontem fui,
Quem amanhã vou ser,
Estou pronta para continuar a Caminhada….

Oh, como flui este rio cristalino
Que acompanha o meu caminho!
Que verdes prados e coloridas flores
Comunicam ao ar os seus perfumes!
Quem alguma vez saboreou
O fruto destas árvores da vida?
Vou a caminho, neste sitio delicioso,
Estou quase a passar a ponte,
A entrar nos recônditos do coração…
Ariam

2 comentários:

Anónimo disse...

Ooooh! Muito lindo!
E diz muito!
Obrigado.
AV

Palavras no Caos disse...

Ainda bem que gostas, meu Amigo, que partilhas do mesmo "sentir"...
Obrigada :-)
Ariam