segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Grandeza do Homem




Somos a grande ilha do silêncio de deus
Chovam as estações soprem os ventos
jamais hão-de passar das margens
Caia mesmo uma bota cardada
no grande reduto de deus e não conseguirá
desvanecer a primitiva pegada
É esta a grande humildade a pequena
e pobre grandeza do homem



Ruy Belo
in "Aquele Grande Rio Eufrates"

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Rosa renascida das cinzas

"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa."
Antoine de St. Exupéry

Que estranho é o mundo do homem!
Colhe uma rosa para seu prazer temporário,
Cedo se farta do seu perfume
E cedo a troca pela novidade de um simples malmequer
Que encontra numa paragem qualquer do caminho…

Chegará o tempo em que a rosa do jardim,
Esconderá o seu perfume
Para não ser tocada pela mão do mesmo homem,
Que se servirá do seu perfume
E quando saciado
A ocultará nas sombras das suas desejosas aventuras
E a trocará por um simples malmequer…

Assim aconteceu!
A rosa se transformou em cinzas
Quando pressentiu a aproximação do homem,
Devorador por excelência, insaciável coleccionador…

E das cinzas se fez outra vez ROSA
E o perfume com que os Deuses a dotaram,
Se espalhou pelo Universo
E abençoou os Verdadeiros Amantes…
E ainda aqueles que buscam o Verdadeiro Amor...

Esta é a minha homenagem
A uma ROSA que conheci ontem…
Que renasceu das cinzas e se tornou mais bela,
Tornando o Universo dos Bem-Amados
E dos que virão a sê-lo,
Eternamente perfumado…
Ariam

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sonhos de Ontem




A criança de ontem
Deixou para trás os sonhos
Da simplicidade e da inocência…
E atreveu-se a sonhar que
No mundo
Poderia construir um jardim
Sem espinhos
De aromas frescos e quentes
E que o crescimento seria sadio…

Mas…
A terra macia e fértil
Onde poderia criar o Jardim
Endureceu
Ficou contaminada pela ambição
Das pessoas do mundo…
Que fazer?

Ariam

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sacralidade Feminina



“O poder da Deusa, que se manifesta por meio das mulheres, é uma matriz emocional que convida a uma fusão ou simbiose inconsciente e transmite uma sensação de “chegada a casa”.
Jean Shinoda Bolen

Todas as mulheres têm uma única escolha:
Transformarem-se no que realmente são,
Senhoras da Vida e da Luz!
Ou morrerem na insegurança e na banalidade mundana que o homem lhes oferece.

Diz-lhes a Mãe Natureza:
“Ergue-te ao cimo da tua Grandeza Feminina,
ou desce ao mais baixo dos mundos,
à escória das humanidades femininas e masculinas
que vivem insaciavelmente do mundano mundo da mentira
dos prazeres sem alma e coração
e das ilusões do momento fácil…

E, se resistires à tua Grandeza Feminina
que chama por Ti,
Estagnarás para sempre!
E morrerás nas mãos do homem que não te respeita...”

Ariam

Humanos, esquecidos de si...




Apenas os seres humanos chegaram a um ponto onde não sabem mais por que existem.
Eles não usam seu cérebro e esqueceram o conhecimento secreto de seu corpo, de
seus sentidos, ou de seus sonhos.

Eles não usam o conhecimento que o espírito colocou dentro de cada um deles; eles não estão nem mesmo cientes disto, e assim cambaleiam para diante cegamente, no caminho para lugar nenhum — uma estrada pavimentada que eles terraplenam e tornam lisa, de forma que possam ir mais depressa para o grande buraco vazio que eles encontrarão no final, esperando para tragá-los completamente.

É uma superestrada, rápida e confortável, mas eu sei para onde ela leva. Eu vi. Estive lá em minha visão e me faz estremecer pensar nisso.

O xamã Lakota Lame Deer

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

AMORES LÍQUIDOS


Amores líquidos…

Um título, que por si próprio
Faz entrar
Na modernidade dos tempos
E recordar os amores sólidos,
Feitos de puro diamante,
Resistentes e luminosos,
Românticos por natureza…

Os tais amores...
Sólidos,
Belos e quase extintos…

Surgem então, nesta modernidade decadente,
Os tais amores líquidos…

Tão líquidos
Quanto a água que colhemos na palma das mãos,
Que bebemos e nos refresca por escassos momentos,
Que se vai por entre os dedos,
Mais rápido que o pedaço de tempo de frescura…

Tão frágeis quanto uma taça de cristal
Que ao mais pequeno embate se parte em pedaços
Impossíveis de Unir outra vez…

Convivemos lado a lado com esses
Amores líquidos, amores corrosivos…
Amores de ocasião,
que corroem os que nasceram da autenticidade…

A corrosão dos amores líquidos
Inundou os tempos da modernidade !

Qual surrealismo!
Aparecem os amores virtuais,
Amores criados em redes,
Sem a solidez do contacto,
Sem a transparência da voz
E do sentimento que ela projecta,
Sem os olhares recíprocos,
Não toldados pelas interferências virtuais…

Amores líquidos
Que se conhecem numa certa ocasião,
E nas ausências das ocasiões que os geraram,
Se mantêm virtualmente conectados,
Com uma cegueira cada vez maior,
Que os impossibilita de ver o Íntimo de si próprios,
E o Universo ao seu redor…

Tudo o que foi belo e sólido é verdadeiramente esquecido…

E, nesta modernidade inquietante,
As relações amorosas e familiares sólidas
São destronadas da rocha
Que lhes deu origem,
Da rocha talhada artisticamente
Pelos ventos dos tempos
Que sopraram mensagens de segurança
E de sustentação humanista…

Saberemos ainda o que é o verdadeiro humanismo?

Ou será que já o confundimos
Com as cortesias lânguidas, envenenadas,
Que se transformam em amores líquidos
Transportadores de venenos emocionais
com sabor a mel adulterado,
Que se espalham nos núcleos das famílias,
Dos amigos e
Dos amores
Talhados inicialmente em diamante puro…

Ariam

Renascerei




E a minha voz nascerá de novo,
talvez noutro tempo sem dores,
sem os fios impuros que emendaram
negras vegetações ao meu canto,
e nas alturas arderá de novo
o meu coração ardente e estrelado.


Pablo Neruda

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Zé Aparecido da Consciência Furtado





mas quem era ele meu deus do céu! pra pensar que era capaz de fazer poesias como aquelas que a toda orgulhosa mãe do doutor josé agora recitava pro pessoal da segurança abrutalhados insensíveis como ele talvez mais interessados em comer o franguinho sobra de festa encerrada agora gelado mas farta e caridosa mente a eles ofertado. o pessoal da segurança.
coisa linda! aquele livro nas mãos ainda delicadas da senhora de fato boa como todas ao que parecia poucas a não diferenciar por entre o joio quéram eles e o trigo quéram elas. pessoas assim queném que ela. a mãe do doutor josé.
beleza de livro! páginas e mais páginas doze ao todo contendo inspiradas e grandes palavras em tipo dezoito impressas e ricamente encadernadas em meio a todos os possíveis e brilhosos dourados tal qual mais digna e propriamente convinha a uma obra daquele porte ofertada ao um degrau acima presidente do conselho de administração de um big hiper quiçá (e quiçava!) mega baita multi nada nacional nem inter mas galáctico empreendimento. o chefe do doutor josé.
beleza de palavras! das quais belo também era o meigo e melodioso recitar que por entre os gordurosos porém atentos nham nham nhans de nossas bocas famintas não de todo educadas menos ainda fechadas a mãe do doutor josé exercia. modo a enfatizar o quê no original tão nacional mente o filho sublinhara e assim em negrito impressas foram. as palavras.

pág. 3
as bolhinhas que aqui borbolham
não borbulham como lá.
ai que saudade eu tenho
das bolhonas do meu guaraná!
pág. 4
Deus, salve a rainha!
Salve a América e o Principado de Mônaco!
E não Se esqueça também de Coco, minha gatinha.
o.k?
pág. 5
E a Tijuca !?! comé qué fica, hein?
ora diz quem sabe de mim.
Sou eu!
a manter com johnwayniano afinco
(sempre ao lado e carregado)
meu colt quarenta e cinco.
pág. 6
Eis-me aqui, defronte,
a indagar humilde (porém garboso!)
às alturas desse monte:
-?Como foi possível, ó cardoso, tal bobeira?
Perder assim tão fácil
minha fazenda brasileira.

quem era ele meu deus do céu o bruto pra escrever coisas assim tão tão? unfh sei lá magine! ele que por ser-se a êsmo era apenas um segurança em si só desses mesmos bam! bam! bams! dos bãbãbãs que assim sorte ou sina são e alvos seguem e se garantem subindo e descendo os plurais ésses e ásperos zês saliências essenciais que ela sibilante pra cima e pra baixo prum lado e pra outro ziiim! ziiiim! ôsh! por pouco muito pouco a todo instante zunindo faz. a vida.
linda aquela senhora! para quem a outra ela a vida era uma reta asfaltada cuja mão além de única era grande.
ô! e néranão tudo uma alegria só?
só?
humnm...
acompanhada vai.
por essa mulher que desde sempre se apaixonou pelo infinito.
a eternidade.
mas quem era ele meu deus do céu! pra pensar que era capaz de fazer poesias como aquelas que continuava recitando a toda orgulhosa mãe. do doutor josé.
pro pessoal da segurança.

pág. 10
batatinha, na Somália quando nasce
pede colo e proteção.
Eu aqui, quando choro
mamo logo de montão!
pág.11
...