Peço licença para algumas coisas.
Primeiro, para cantar este canto de Palavras.
Sucede que sei dizer tão pouco
no Universo das Palavras
em que as letras são as estrelas.
Primeiro, para cantar este canto de Palavras.
Sucede que sei dizer tão pouco
no Universo das Palavras
em que as letras são as estrelas.
Quando olho o manto azul cheio de estrelas
em meu peito floresce
o desejo de soletrar,
as letras do alfabeto
debaixo do Sol de Timor Lorosae.
A palavra PE-DRA, por exemplo,
e poder ver que com ela se fazem
paredes, casas e janelas
e descobrir que todos os sons das palavras
são mágicos sinais
que nos vão abrindo,
constelações de girassóis
florescendo debaixo do Sol
em círculos de luz que de repente
se espalha no chão da casa
que às vezes não há casa: é só chão.
são mágicos sinais
que nos vão abrindo,
constelações de girassóis
florescendo debaixo do Sol
em círculos de luz que de repente
se espalha no chão da casa
que às vezes não há casa: é só chão.
Mas sobre o chão quem reina agora
é uma mulher e um homem, diferentes
que acabam de renascer
porque unindo as letras,
aos poucos, constroem palavras
e aos poucos vão também unindo argila,
alegria e pão
acabando por unir a própria vida
que no seu peito estava destruída.
Debaixo da Luz dourada do Sol
descobrem que o mundo é seu também,
que o seu trabalho tem valor,
e que é um modo de amar
e de ajudar o mundo a ser melhor.
Peço licença para dizer
estes mulher e homem renascidos
são pessoas novas:
Eles atravessam os campos espalhando
a chama dos cantares feitos de palavras,
e chamam os companheiros
a trabalharem, face a face,
contra a ignorância
que não resiste à riqueza interior
do querer Aprender e Ser...
Peço licença para terminar
soletrando a palavra LI-BER-DA-DE
que existe nos sons da alegria
e que se vê iluminar
nos olhos da mulher e do homem
que aprendem a ler
e a dar valor à Palavra.
Ariam
2 comentários:
LINDO! Adorava saber escrever assim!
Obrigada, Elsa!
A beleza de lermos e de nos maravilharmos com o que lemos, é a mesma de ouvirmos e nos maravilharmos com o que ouvimos...
De nada vale escrever, se não maravilharmos quem nos lê e vibra na mesma onda...
De um lado alguém escreve, alguém expõe a sua alma, do outro lado alguém lê e se maravilha... duas faces de uma mesma moeda.
O Universo vibra de harmonia quando duas partes opostas se complementam, para gerar harmonia.
Escrever e ler...
Falar e alguém para ouvir...
O dia para viver e a noite para morrer... e outra vez o dia para renascer... e outra vez a noite para morrer, para regenerar...
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