Minha mansão
De projecto esboçado
No passado e no presente...
Desconhecida
Invisível ao ambiente urbano...
De projecto esboçado
No passado e no presente...
Desconhecida
Invisível ao ambiente urbano...
É feita de subtilezas
É feita para durar
Para resistir aos vendavais
Que a vierem a sacudir...
De alicerces fortes
Para ser reconstruída
Se um dia for destruída...
Telhado de vidro transparente
Onde à noite
Deitada no leito da minha existência
Olho as estrelas
Portadoras de Luz...
A via láctea
Prespectiva do Caminho
A Lua
Inspiradora do sonho...
Paredes de côr uniforme!...
Eram de côr uniforme...
Agora são espelhos
Onde se reflecte um mundo
Que adivinho fascinante
Por isso o tento encontrar...
Onde me reflicto também
E me vejo
Tal qual sou,
Sem roupas, sem enfeites...
Os candeeeiros
São as flores
Que tenho colhido...
Senhas de amor!
E tem cadeiras
Onde podes repousar
Onde podes sonhar...
E tem um arôma constante
De amores-perfeitos
Plantados em vasos de porcelana...
E tem um arôma inconstante
De cardos
Mandados contra as janelas...
Labirintos
Já não existem...
Nunca mais te perderás...
Se tiveres frio
Aproxima-te da lareira
Onde a quentura do fogo
Te poderá aquecer...
Se tiveres calor
Refresca-te um pouco
Num lago de águas mansas
Lago por mim inventado...
O chão
De tapete aveludado
Não ferirá teus pés...
Esta, a minha mansão
De projecto esboçado...
Ariam
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