quarta-feira, 7 de julho de 2010

Minha mansão

Minha mansão
De projecto esboçado
No passado e no presente...
Desconhecida
Invisível ao ambiente urbano...

É feita de subtilezas
É feita para durar
Para resistir aos vendavais
Que a vierem a sacudir...

De alicerces fortes
Para ser reconstruída
Se um dia for destruída...

Telhado de vidro transparente
Onde à noite
Deitada no leito da minha existência
Olho as estrelas
Portadoras de Luz...
A via láctea
Prespectiva do Caminho
A Lua
Inspiradora do sonho...

Paredes de côr uniforme!...
Eram de côr uniforme...
Agora são espelhos
Onde se reflecte um mundo
Que adivinho fascinante
Por isso o tento encontrar...
Onde me reflicto também
E me vejo
Tal qual sou,
Sem roupas, sem enfeites...

Os candeeeiros
São as flores
Que tenho colhido...
Senhas de amor!

E tem cadeiras
Onde podes repousar
Onde podes sonhar...

E tem um arôma constante
De amores-perfeitos
Plantados em vasos de porcelana...

E tem um arôma inconstante
De cardos
Mandados contra as janelas...

Labirintos
Já não existem...
Nunca mais te perderás...

Se tiveres frio
Aproxima-te da lareira
Onde a quentura do fogo
Te poderá aquecer...
Se tiveres calor
Refresca-te um pouco
Num lago de águas mansas
Lago por mim inventado...

O chão
De tapete aveludado
Não ferirá teus pés...

Esta, a minha mansão
De projecto esboçado...
Ariam

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