domingo, 11 de julho de 2010

Não quero perturbar o ar que respiro


Não quero perturbar o ar que respiro
nem a terra que piso
com os meus passos inseguros

Desviei-me tanto do caminho que tracei
perdi-me tanto em mundos de gente
perigosamente sedutora
que fala demais em amizade
amizades sociais
e esqueci de mim

Envolvi-me em lutas
que não são a minha luta
e perdi-me de mim

Afastei-me tanto de mim
e agora estou a reencontrar o caminho
de regresso a mim

Só me resta parar
libertar-me de tantos pensamentos

E quando o vazio chegar
recomeçar a pensar pensamentos limpos
sem passado e sem futuro
pensamentos da vida que vive em mim

Retornar ao meu útero interior
donde proveio a vida que espalhei
em cada átomo de mim
e à minha volta

Voltar a rezar como a criança
que desperta para o Universo
O que descobriu em seu imenso coração…

Airam

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