sexta-feira, 16 de julho de 2010

Peregrino


Oh, que mundo de surpresas!
Que maravilha ver-me ainda inteiro
Livre de tanta mentira!
Bendigo a mão que me mostrou
As armadilhas do caminho
E me ensinou a acertar o passo
Seguir
Rumo ao coração.

Quantos peregrinos!
Quantos me cercaram
Ao cruzar aquele vale sombrio!
Estranhas pessoas me rodeavam sedutoras
Com laços, redes e um profundo abismo
No íntimo de si próprias.

Passei por muitas provas
Esgotei o corpo e a alma
Adoptei lutas que não eram minhas,
Qual débil peregrino!
Fui tomado, usado, vencido e pereci.

Foi tão fácil a caída!
E tão difícil foi levantar-me!
Bendigo o cajado
E os livros que me inspiraram.
Por isso continuo inteiro…
Minha vida está guardada
Na arca mais preciosa
Até ao triunfo merecido.

O cajado e os livros,
Manancial de inspiração,
Rodearam-me de silêncio
Ouvi a voz do coração.

Acordei no Agora!
Abracei quem fui ontem,
Quem vou ser amanhã,
Estou pronto para continuar….

Oh, como flui este rio cristalino
Que acompanha o meu caminho!
Que verdes prados e coloridas flores
Comunicam ao ar os seus perfumes!
Quem alguma vez saboreou
O fruto destas árvores da vida?
Vou a caminho deste sitio delicioso
Estou quase a passar a ponte
Qual peregrino rumo ao coração…
Ariam

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